Há cerca de 4500 anos, os sumérios inventaram as primeiras escolas, chamadas de Edubas. Até hoje seu formato em quase todo o planeta é o mesmo: jovens alinhados, de costas uns para os outros, de frente para o professor, uma pessoa adulta doutrinando jovens verticalmente. Paradas e parados, sentadas e sentados por horas e mais horas, o corpo preso ao chão em lógica linear, os músculos aderidos, os tendões exaustos, a mente sem asas, a realidade chumbada.
Ka’a Puêr: Onde Não tem mais Mata explora uma ruptura com esse modelo de educação enrijecido, propondo o resgate para o futuro de um espaço de trocas onde a liberdade do corpo e do pensamento se encontram. Inspirada na vegetação que resiste onde antes havia mata, a exposição questiona o papel das instituições de ensino ao podar a diversidade da expressão corporal estudantil. Nessa série, o mobiliário escolar é ressignificado pela mistura com elementos poéticos da Capoeira Angola, arte cultural de resistência que reintroduz a conexão com a ancestralidade Afro-Indígena e a corporeidade na educação.
Ao dialogar com a recente Lei Municipal 11.750, que institui a Capoeira nas Escolas municipais de Belo Horizonte, a proposta de Ka’a Puêr se desenha como um território de resistência e reinvenção, onde a educação se expande para além dos limites quadrados da sala de aula convencional e se aproxima do espaço circular cujas raízes se fundem com o que é discutido em sala e fora dela, pela brincadeira, curiosidade e invenção. Através de ações coletivas e objetos que mesclam mobiliário escolar, plantas e desenhos, a exposição convida docentes, discentes e o público a refletirem sobre as restrições impostas pelo mobiliário e pelo formato tradicional de ensino.
Em Ka’a Puêr, o artista Alisson Damasceno desenha uma meia lua inteira entre o campo artístico e o educacional, evidenciando a necessidade de um ensino que valorize a cultura como instrumento de libertação do corpo e da mente. Ao mesmo tempo, a mostra ilumina o impacto físico e mental dos longos períodos de inatividade dos estudantes e sugere um modelo onde cada “planta” – cada estudante – possa crescer ao seu próprio tempo e modo, celebrando a riqueza de suas origens e identidades.
Sidarta Ribeiro
Há cerca de 4500 anos, os sumérios inventaram as primeiras escolas, chamadas de Edubas. Até hoje seu formato em quase todo o planeta é o mesmo: jovens alinhados, de costas uns para os outros, de frente para o professor, uma pessoa adulta doutrinando jovens verticalmente. Paradas e parados, sentadas e sentados por horas e mais horas, o corpo preso ao chão em lógica linear, os músculos aderidos, os tendões exaustos, a mente sem asas, a realidade chumbada.
Ka’a Puêr: Onde Não tem mais Mata explora uma ruptura com esse modelo de educação enrijecido, propondo o resgate para o futuro de um espaço de trocas onde a liberdade do corpo e do pensamento se encontram. Inspirada na vegetação que resiste onde antes havia mata, a exposição questiona o papel das instituições de ensino ao podar a diversidade da expressão corporal estudantil. Nessa série, o mobiliário escolar é ressignificado pela mistura com elementos poéticos da Capoeira Angola, arte cultural de resistência que reintroduz a conexão com a ancestralidade Afro-Indígena e a corporeidade na educação.
Ao dialogar com a recente Lei Municipal 11.750, que institui a Capoeira nas Escolas municipais de Belo Horizonte, a proposta de Ka’a Puêr se desenha como um território de resistência e reinvenção, onde a educação se expande para além dos limites quadrados da sala de aula convencional e se aproxima do espaço circular cujas raízes se fundem com o que é discutido em sala e fora dela, pela brincadeira, curiosidade e invenção. Através de ações coletivas e objetos que mesclam mobiliário escolar, plantas e desenhos, a exposição convida docentes, discentes e o público a refletirem sobre as restrições impostas pelo mobiliário e pelo formato tradicional de ensino.
Em Ka’a Puêr, o artista Alisson Damasceno desenha uma meia lua inteira entre o campo artístico e o educacional, evidenciando a necessidade de um ensino que valorize a cultura como instrumento de libertação do corpo e da mente. Ao mesmo tempo, a mostra ilumina o impacto físico e mental dos longos períodos de inatividade dos estudantes e sugere um modelo onde cada “planta” – cada estudante – possa crescer ao seu próprio tempo e modo, celebrando a riqueza de suas origens e identidades.
Sidarta Ribeiro
ALGUMAS OBRAS DA EXPOSIÇÃO: